Nesta segunda-feira (6), a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) anunciou que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, encontra-se fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas. O motivo para o fechamento é o estado de alagamento das instalações, conforme divulgado pela Fraport, administradora do aeroporto.
Imagens impressionantes mostram áreas de espera, circulação de passageiros e até mesmo áreas destinadas ao pouso de aeronaves completamente alagadas. A situação é resultado dos fortes temporais que assolam o Rio Grande do Sul, deixando um rastro de destruição e mais de 80 mortos desde 29 de abril. Os estragos incluem mais de 149 mil pessoas deslocadas de suas residências e 873 mil atingidos em 364 cidades.
O Aeroporto Salgado Filho permanece fechado desde a última sexta-feira (3) devido à elevação das águas do Rio Guaíba, que atingiram o maior nível já registrado, alcançando 5,33 metros no domingo (5). As previsões indicam que as águas devem permanecer acima do limite para inundação (3 metros) pelos próximos 10 dias. Esse cenário catastrófico levou a Fraport a estabelecer o dia 30 deste mês como a data final da suspensão das operações.
Em comunicado oficial, a Fraport explicou que emitiu um Notam (Notice to Airman), documento internacionalmente reconhecido, com data final em 30/5, a fim de cumprir a legislação aeroportuária e informar sobre as restrições temporárias. A associação destacou que não há previsão de retomada das operações e orientou os passageiros afetados a entrarem em contato diretamente com as companhias aéreas para remarcação ou reembolso de seus voos.
Além do Salgado Filho, a Abear alertou que os aeroportos de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Ângelo podem ser impactados pelas condições meteorológicas no estado, mesmo estando operacionais.
Enquanto as autoridades trabalham para lidar com as consequências devastadoras das enchentes, relatos como o de Tatiane, uma das vítimas das inundações, ilustram a gravidade da situação: "Agora chego aqui e não sei se tenho mais casa. Eu saí só com a roupa do meu filho. A gente nunca viu nada assim. Via alagar, mas a água evacuava. Agora a água está cobrindo casas".
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