Um relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviado ao Supremo Tribunal Federal identificou que veículos que participaram de atos antidemocráticos em Cuiabá contra o resultado das urnas estiveram envolvidos em crimes como tráfico de drogas, contrabando e transporte ilegal de madeira.
Os veículos foram identificados pela polícia depois de passarem por uma praça de pedágio em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá, no dia 6 de novembro. Ao todo, foram apontados 177 caminhões no trecho, sendo 55 de Sorriso, 15 de Lucas do Rio Verde e dez de Nova Mutum. Deles, seis tinham registros em ocorrências policiais.
Todos os veículos tiveram os documentos bloqueados e os proprietários foram multados em R$ 100 mil, após decisão do ministro Alexandre de Moraes. O g1 tenta contato com os citados no relatório.
Segundo a PRF foram identificados:
- 1 veículo envolvido em ocorrência de tráfico de drogas
- 1 caminhão envolvido em transporte ilegal de madeira
- 1 veículo envolvido com contrabando
- 1 caminhão com registro de embriaguez ao volante
- 2 veículos com restrições judiciais
Um dos veículos de Sorriso está registrado em nome da Sipal Indústria e Comércio Ltda e de Sérgio Bedin e esteve envolvido no transporte de aproximadamente 3 toneladas de drogas - entre maconha e skunk - em Palhoça (SC), em outubro deste ano. A droga estava escondida em uma carga de farelo de soja e duas pessoas foram presas.
Bedin é um dos empresários que teve as contas bloqueadas por Moraes em novembro por suspeita de organizar e financiar os atos golpistas em Mato Grosso e Brasília. Das 43 pessoas jurídicas e físicas apontadas pelo ministro, 34 são do estado. Outras empresas e pessoas da família Bedin também estão na lista.
Outra carreta chegou a ser apreendida em ocorrência que flagrou o transporte de 40,1 metros cúbicos de madeira irregular em dezembro de 2021, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
Mato Grosso nos protestos
Em Cuiabá, manifestantes fizeram carreata até o Trevo do Lagarto, na BR-070. — Foto: Cedida
O estado, a partir da apuração das urnas, se tornou um dos dos principais focos de protestos antidemocráticos do país com o fechamento de rodovias e envio de veículos para Brasília para apoiar os golpistas contrários à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Dos 166 caminhões que participaram de atos na capital federal, 50 eram de Mato Grosso.
Os veículos pertencem a 28 empresas e 14 delas tiveram as contas bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Entre elas, cinco fizeram doações à campanha para reeleição do presidente Jair Messias Bolsonaro – um dos empresários encaminhou R$ 500 mil.
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