‘Nunca foi um menino ruim’, diz mãe de bolsonarista de MT suspeito de montar explosivo em Brasília

Alan Diego dos Santos morava em Comodoro, a 677 de km de Cuiabá, se tornou réu por tentativa de atentado terrorista no Distrito Federal junto com outras duas pessoas; ele está

‘Nunca foi um menino ruim’, diz mãe de bolsonarista de MT suspeito de montar explosivo em Brasília

Em Comodoro, a 677 km de Cuiabá, vive a família de Alan Diego dos Santos, foragido da Justiça e réu com outras duas pessoas acusadas de envolvimento na tentativa de explosão de um artefato instalado em um caminhão-tanque de combustível nos arredores do aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado.

TV Centro América conversou com a mãe dele, a diarista Suzana Pereira dos Santos Contin, que não vê Alan desde o começo de novembro, quando ele deixou a casa onde morava com ela, o padrasto, a esposa e os filhos. A ida para Brasília não teve apoio da família, segundo ela.

“Falei para ele: “Não faz isso”. Ele falou: “Eu vou para defender meus filhos”, igual todo mundo estava indo. Depois, não falei mais com ele, só vi falando na televisão [sobre as acusações]”. explicou.

O último trabalho de Alan havia sido como taxista, mas, atualmente, estava desempregado e a mãe não sabe se alguém financiou a viagem até o Distrito Federal, mas afirma que o filho não teria capacidade de montar uma bomba e arquitetar o plano.

“Convidaram e ele foi. Ele é um menino bom, que nunca mexeu com coisa errada, graças a Deus. Estava desempregado, por isso que foi para lá. Ele não é capaz disso. Não tem capacidade de fazer uma bomba, até cristão ele é”, disse.

Depois do ocorrido, a esposa de Alan e os filhos foram morar em Cáceres, a 250 km da capital e 422 km de Comodoro.

 

“Perdi meu filho, minha nora e meus netos, que eu mais amo. Não é fácil, não sei o que aconteceu até agora. Eu chego em casa, fecho a porta e não quero ver ninguém. Desde que apareceu polícia no meu quintal, eu fiquei traumatizada, porque eu nunca passei por isso. Eu não falo com ninguém. A única coisa que eu faço é ir na igreja, sou evangélica”, falou.

Réus

 

George Washington Oliveira de Sousa, Wellington Macedo de Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues — Foto: Reprodução/Fantástico

George Washington Oliveira de Sousa, Wellington Macedo de Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues — Foto: Reprodução/Fantástico

Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia contra Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Welligton Macedo de Souza na terça-feira (10). A decisão do juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, é da primeira instância e atende denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a partir das investigações da Polícia Civil.

Os réus vão responder na Justiça pelo crime de explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. A pena é de 3 a 6 anos de prisão e multa.

No entanto, o Ministério Público considera que é preciso aumentar a pena em 1/3, já que o crime foi cometido tendo como alvo depósito de combustível.

Já as acusações de atos de terrorismo vão ser enviadas para a Justiça Federal, instância competente para analisar se estão configurados crimes contra o Estado Democrático de Direito.

O trio é acusado de envolvimento na tentativa de explosão de um artefato instalado em um caminhão-tanque de combustível, nos arredores do aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado. À época, a Polícia Militar foi acionada após o motorista do caminhão perceber o objeto estranho no veículo e alertou policiais na área (Veja detalhes abaixo).

Segundo a denúncia, eles montaram o artefato e entregaram o material para que fosse colocado no caminhão de combustível por Wellington Macedo. Ao g1, a defesa disse que não vai se manifestar até analisar a decisão da Justiça.

 

Investigação

 

Os investigadores dizem que o plano foi feito no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, por onde passaram bolsonaristas radicais com ideias golpistas.

Segundo a investigação, a ideia inicial dos criminosos era que o explosivo fosse colocado próximo a um poste para prejudicar a distribuição de energia elétrica na capital. De última hora, a decisão mudou e o objeto foi colocado no caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação.

“O objetivo dos denunciados era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio”, afirma a denúncia.

 

 

“Já em Brasília-DF, em frente ao Quartel General, em 23/12/2022, George, Alan e Wellington e outros manifestantes não identificados elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos”, completa o documento.

Ainda segundo a denúncia, a Polícia Civil afirma que horas após a identificação do explosivo, Alan e George se falaram por uma ligação de aplicativo de mensagens e trocaram imagens do explosivo. A partir da análise de geolocalização, foi possível identificar que um carro que seria da esposa de Wellington também circulou pelos arredores do aeroporto no dia.

A Justiça também atendeu ao pedido de MP de enviar a parte da investigação sobre organização criminosa para a Procuradoria-Geral da República, para que o caso seja analisado no âmbito da Operação Nero, que investiga os atos de vandalismo do dia 12 de dezembro em Brasília.

 

Relembre o caso

A Polícia Militar detonou, na véspera de Natal, o explosivo após o artefato ser encontrado pelo motorista do caminhão-tanque. À época, o homem não soube dizer quem havia deixado o material ali e a polícia descartou a participação dele no caso.

O caso não impactou as operações no aeroporto, tendo as decolagens e pousos sido mantidos normalmente.

No mesmo dia, George Washington de Oliveira Sousa foi preso pela polícia por suposto envolvimento no caso. Ele veio do Pará a Brasília para participar das manifestações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorriam no quartel-general do Exército.

O homem foi localizado e preso em um apartamento no Sudoeste, na região central do DF, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto. Com ele, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.

 
  • Compartilhe
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp
Comentários

Veja também

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\

Envie sua mensagem e assim que possível estaremos respondendo!

Esse site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar o acesso, você concorda com nossa Política de Privacidade. Para mais informações clique aqui.