Polícia pede exumação de corpo de menina de 3 anos que morreu após dar entrada em UPA de Sinop (MT)

De acordo com os familiares de Manuella Tecchio, de 3 anos, ela estava com sintomas gripais e recebeu alta dos médicos. Com a piora dos sintomas, a criança retornou à unidade

Polícia pede exumação de corpo de menina de 3 anos que morreu após dar entrada em UPA de Sinop (MT)

A Polícia Civil pediu a exumação do corpo de Manuella Tecchio, de 3 anos, que morreu após receber atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Sinop, a 503 km de Cuiabá, na última quarta-feira (8). Um exame será feito para investigar se houve negligência ou imprudência médica.

Manuella havia sido levada para a unidade por apresentar quadro gripal e tosse, mas foi mandada para casa, após consulta e exames, conforme a família. Como teve uma piora no quadro, foi encaminhada à UPA, novamente, e morreu durante atendimento médico.

De acordo com o delegado Ugo Mendonça, que está à frente do caso, a exumação é necessária para que um exame de perícia possa identificar uma possível negligência médica, imprudência no diagnóstico e até mesmo uma imperícia.

Segundo ele, uma investigação foi aberta para identificar os profissionais que estavam atuando nos dias em que a criança recebeu atendimento na UPA.

Caso o laudo comprove que a morte da criança partiu de uma ação médica, os eventuais responsáveis deverão responder por homicídio culposo, além de responderem administrativamente no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), conforme a polícia.

 

Entenda o caso

 

Manoella Tecchio, de 3 anos, morreu na UPA, após dar entrada na unidade. O pai de Manuella, Lucas Pootz, contou à TV Centro América que a filha apresentava sintomas gripais e, no fim de semana passado, apresentou uma tosse seca.

“Essa tosse não estava cessando e cada vez estava aumentando mais. Portanto, na segunda-feira [6 de março], resolvemos procurar a UPA para consultá-la. Chegando lá, a médica atendeu, pediu exame de urina e de sangue. Ela avaliou e disse que estavam normais, passou um expectorante para tosse alérgica e mandou a minha filha de volta para casa”, contou.

Segundo Lucas, a filha não melhorou e, na terça-feira, dia 8, a família retornou com a criança na unidade de saúde. No novo atendimento, foi solicitado um raio-X, que apontou que o pulmão dela já estava comprometido.

“Eles entraram em uma sala com ela que a gente não teve mais acesso. Fizeram algum procedimento que a gente não sabe qual foi. Ainda não nos passaram o prontuário do atendimento. Depois, só entregaram ela morta para nós”, relatou.

A Prefeitura de Sinop, afastou na segunda-feira (13) a médica responsável pelo atendimento à menina. Uma sindicância também foi aberta para apurar as responsabilidades no atendimento. A identidade da profissional não foi divulgada.

Em nota, o município informou que determinou ao Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP), que faz a gestão da unidade, a abertura, imediata, de uma sindicância para apurar o atendimento e os protocolos adotados que envolveram a morte da criança.

 

“A sindicância implica no afastamento das atividades profissionais da médica que atendeu a paciente. Para que a investigação dos fatos não seja afetada, a médica deverá permanecer afastada da instituição de saúde até que as investigações sejam concluídas. Com isso, a profissional, ficará impedida de acessar as instalações da UPA”, diz.

De acordo com o município, Manoella foi admitida na UPA com queixa de deficiência respiratória, tendo, em poucas horas, um agravamento do quadro clínico. A direção da unidade afirmou que todos os protocolos médicos foram aplicados, no entanto, na madrugada do dia 8 de março, a paciente morreu.

 

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